ESPORTES NA PLATAFORMA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL I
O poder público, no caso a Subprefeitura de Parelheiros, pode “dar o pontapé inicial” para a promoção massiva do esporte regional, mas se quisermos obter sucesso é necessário o envolvimento de todos os cidadãos nesta plataforma. O esporte em suas diversas expressões, associado a atividades conexas, pode se tornar um eixo dinâmico do desenvolvimento local, e o que é o mais importante, sustentado no mais significativo dos patrimônios, as pessoas. O desenvolvimento deste patrimônio pessoal esta ao alcance, no domínio das pessoas, não depende de outros. A plataforma esportiva de Parelheiros se articula com outra vocação estratégica para o desenvolvimento autônomo da região, o turismo, cujo cliente é o morador da capital, onde 500 mil veículos saem todo fim de semana.
Com um esforço e cooperação de toda a comunidade, dos agentes sociais e instituições, a região pode se tornar uma referência de excelência esportiva. Sem deixar de lado outras expressões destaco algumas que podem tomar força imediatamente, com presença na região e visibilidade na sociedade: futebol, vôlei, basquete, golfe, basebol. Considerando que Parelheiros é a região das águas, com duas represas, as modalidades aquáticas de remo e vela merecem espaço especial. Por outro lado, considerando as peculiaridades regionais de reserva de mata atlântica e rios, um conjunto de outras atividades já estão em curso: canoagem, enduro de bike, a pé, hipismo, etc. todas podem entrar em um calendário regular de atividades esportivas regionais.
Para que um programa desta envergadura tome corpo são necessárias parcerias com universidades, instituições públicas e privadas que se comprometam com esta região especial para São Paulo. Um primeiro passo será articular com educação e saúde uma linha pedagógica e de comprometimento com o programa junto aos professores da rede pública regional e ao pessoal de saúde, para o envolvimento da juventude e família. Outro passo importante é buscar o apoio de personalidades dos esportes da cidade em suas modalidades para que Parelheiro se torne uma referencia no município.
O marco conceitual desta estratégia de esporte com desenvolvimento esta amparada em uma concepção sistêmica do esporte na sociedade em sua expressão individual e coletiva, sua conexão com os diversos níveis da realidade econômica, política, social e cultural. No entendimento de que as atividades esportivas, sejam quais forem as modalidades, contribui para o desenvolvimento de habilidades individuais, trabalho em equipe, liderança e aprendizado de estratégias. Tudo isto constitui o que tem se denominado “capital social” (ou fator comunitário), importante para desenvolver expressões empreendedoras sintonizadas a estrutura econômica do tempo livre, lazer e recreação. Questões que tomam importância em uma região periférica da maior cidade da América Latina e grandes cidades, como mostrou recentemente a França, onde a inclusão sócio laboral da juventude é vital para a estabilidade social. Neste horizonte estratégico, ganha a sociedade, o individuo, aumenta a coesão social e diminui os custos econômicos e sociais causados pela desestruturação e instabilidade de uma comunidade. O caminho esta aberto, o desafio é seu trilhar.
ESPORTES NA PLATAFORMA DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL II
Continuarei abordando o esporte como eixo de desenvolvimento sustentável, coesão e integração social local. Temos que avançar para construir todos, um plano estratégico para o desenvolvimento esportivo regional, diretrizes que orientem atividades e as energias dos agentes, atores que consolide um sistema regional de esportes. Como assinalamos na coluna anterior Parelheiros tem potencial peculiar também nos esportes. Foi grata surpresa de saber da iniciativa de alguns cidadãos que estão se mobilizando para popularizar o Tênis. Já descobriram quadra e pessoas que obtém trabalho e renda com este esporte. O golfe, com histórica presença na região, já revelou campeões originários de Parelheiros, o Rogério Bernardo, primeiro no ranking do Estado e segundo do Brasil é sócio atleta do Clube, outros estão no mesmo rumo. Buscando uma sustentação técnica e científica ao esporte regional, tive entrevista com o professor Alberto Amadio, Diretor da Escola de Educação Física e Esportes da USP, encontrei muita receptividade e disposição para parcerias com a região. O primeiro passo será estudar a viabilidade de reproduzir o programa destinado a professores de educação física da rede publica denominado “Educação Física, Vida e Movimento”, estamos no caminho de uma agenda de cooperação positiva.
É importante ter claro que o esporte na dimensão econômica é um negócio cada vez mais complexo e globalizado, ligado a necessidade de ícones e articulado à sociedade mediatica de comunicação massiva que motoriza a sociedade de consumo. Por isto, as duas patrocinadoras da Fórmula 1, Shell e a Philips Morris, pagam 250 milhões de dólares para ter seus logos nos veículos vistos por 300 milhões de espectadores em 200 países. Para ingressar neste circuito, onde Schumacher só de salários fatura 33 milhões de dólares ao ano segundo a imprensa, a família de Bruno Senna investe cerca de 1.5 milhões de dólares na F-3 preparando-o para chegar a F-1. Um plano estratégico para o desenvolvimento esportivo regional, não fica incólume ao sistema de negócio dos esportes, mas pode também trabalhar em um enfoque não do capitalismo selvagem do esporte, mas o da economia social e cooperativa. Por exemplo, se o Golfe gerar um Tiger Woods, o Tênis um Gustavo Kurten e o futebol um Ronaldinho regional, um contrato comunitário deve começa desde agora, não fomentar “donos de atletas”, mas atletas ligados a uma Cooperativa Regional, cujos resultados econômicos do esporte sejam vertidos na região.
A gestão da Subprefeitura em vez de adquirir veículos, priorizou reformar e ampliar os equipamentos esportivos do Centro de Parelheiros, Herplin e construir o espaço da Vila Marcelo. Depois de muito esforço, em abril se concretizam as Ruas de lazer que são também espaços para identificar valores comunitários. Nestes espaços os idosos, as mulheres podem tomar a iniciativa. A expectativa da gestão é que empresários da região assumam responsabilidades nesta estratégia. Por exemplo, a Subprefeitura tem dificuldade em manter ativo o “Centro de Treinamento”, financiando os professores, que quase voluntariamente, treinavam com entusiasmo, centenas de alunos nos sábados e domingos fortalecendo as equipes que participarão nos jogos da cidade.
ESPORTES COMUNITARIOS: AS RUAS DE LAZER
AS RUAS DE LAZER que deveriam funcionar aos domingos poderiam se constituir em espaços comunitários importantes. Em Parelheiros por ingenuidade ou erro, as ruas escolhidas requeriam grandes investimentos para regularizar e a inexistência de recursos dificultou a sua operacionalização. O mecanismo de concretização é o seguinte: A população faz um abaixo assinado, isto é transforma em um processo enviado a CET que após vistoria autoriza. Esta autorização da o credito frente a Secretaria de Esportes para receber o “KIT esportes” para cada rua. As atividades das ruas de lazer devem estar sintonizadas com as atividades de organização e estabilização territorial de Bairros em Agrupamentos. Por isto foi recomendado a constituição de Comissões de Gestão das Ruas de Lazer no Bairro (algumas sugestões para ir estruturando o funcionamento ver outras experiências)
Para iniciar o processo de demandas das Ruas de Lazer a Subprefeitura solicitou a comunidade o abaixo assinado. As lideranças da comunidade e com o cuidado de incluir ao menos um morador da RUA devem coordenar com a Subprefeitura a estruturação de uma COMISSÕES DE GESTÃO DE RUAS DE LAZER. Esta Comissão deve ter no mínimo 5 pessoas. É importante que as lideranças orientem para que a composição da Comissão tenha os jovens dos Programas coordenados pos SAS (Ação Jovem, Agente Jovem e Pro-Jovem), pois assim vão assumindo responsabilidades de participaçãolocal.
Os membros da Comissão receberão o KIT em cerimônia junto a subprefeitura. A Supervisão de esporte através dos estagiários vão estruturar uma palestra para os membros destas Comissões sugerindo as regras de funcionamento, tais como: 1-Orientação sobre os jogos; 2-Formas de utilizar o espaço para as diversas atividades; 3-Quando se estruturar atividades permanente sempre ter um “Coordenador ou Responsável” de equipe, assim vamos estimulando desenvolvimento de lideranças; 4-Estabelecer as RESPONSABILIDADES para guardar e cuidar os equipamentos e atender a sinalização da Rua.de Lazer.
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