domingo, 15 de abril de 2007

EDUCAÇÃO COMO UM RITO DE PASSAGEM QUE MARCA A VIDA

Quando entregamos nosso “guia de serviços públicos de Parelheiros” uma professora da EMEI Luiz Gonzaga se aproximou perguntando se era possível utilizar nosso salão-galpão para uma formatura, pois a Escola não possuía espaço para reunir em um só lugar mais de 300 alunos. Recordei-lhe que no meu primeiro ano, em uma escola rural, passávamos de livro não de ano, tínhamos sim, que conhecer a tabuada. Fiquei curioso! Criança que terminam o ensino infantil tem formatura e recebem diploma?

Finalmente chegou o dia 2 de dezembro, assistimos uma bela e concorrida formatura com cerca de 700 pessoas no espaço da Subprefeitura. Pais e irmãos acompanhavam os entusiasmados os formandos animados, todos com camisetas brancas com desenhos artísticos de própria inspiração. Uma abertura, um mestre de cerimônia, um juramento, Hino Nacional e palavras das autoridades. Depois do juramento os formandos com beca vermelha passavam por um arco decorado com flores fazendo uma paradinha, os flashes pipocavam e as filmadoras gravavam. Cada turma de formandos sobe ao palco, faz uma apresentação com musica adequada ao momento, descem e logo um a um regressam individualmente com a beca vermelha para receber o diploma de conclusão de curso e tirar foto com sua professora. Chamava a atenção às pinturas e os diversos desenhos em suas camisetas brancas. O diretor informa que uma técnica simples permitiu que cada aluno fizesse seu desenho original para decorar sua camiseta. Pensei, este é um rito de passagem que certamente marcará a vida destas crianças com alegria e positividade para o futuro. Os analistas dizem que atualmente com a complexidade da sociedade, apenas 30% do aprendizado provem da sala de aula, o resto vem do acompanhamento da estrutura familiar, do ambiente social e cultural onde se forma o jovem. Este tipo de mobilização e ação da comunidade educativa certamente ajudam a fortalecer um ambiente positivo para a formação das crianças, oferecendo autoestima, segurança e acolhimento. Quem sabe o poder público poderia estimular este tipo de atividades e fortalecimento de valores, pois fazem parte da educação.

Nesta mesma manhã de 2 de dezembro no Centro Evangélico Maanain, cerca de 40 professores das Escolas de Parelheiros realizavam um seminário promovido pelo Instituto Valores. Esta semana, com o p apoio da Subprefeitura, em uma Escola Estadual da região reunia sua equipe de horta (professora de ciências, merendeiras, um pai e um aluno, mais o diretor) para estudar um projeto piloto de horta orgânica em parceria com a Korin/Mokiti Okada. Embora se encontre um obstáculo estrutural de atenção e dificuldade para a satisfação à demanda de infra-estrutura básica para uma região cuja população cresce a razão de 9% ao ano, observa-se uma mobilização comunitária ativa em vários setores, similar a este esforço da equipe docente da EMEI Luiz Gonzaga e da equipe do Maanain. Este tipo de ação ilustra a necessidade de um poder local ativo, com claridade do princípio da subsidiariedade. Estas ações que se estruturam por iniciativa da comunidade fortalecem a esperança no fator comunitário e em um poder público promotor da participação construtiva em 2007.

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